Repudiamos el intento de eliminar la figura del femicidio del Código Penal argentino

Desde RIAF repudiamos el intento de eliminar la figura del femicidio del Código Penal argentino

La Red Interamericana Anti Femicidio (RIAF) expresa su absoluto repudio a las intenciones del

presidente de la República Argentina, Javier Milei, de eliminar la tipificación del femicidio del Código

Penal con el argumento de que:

"Vamos a eliminar la figura del femicidio del Código Penal Argentino. Porque esta administración defiende la igualdad ante la Ley consagrada en nuestra Constitución Nacional. Ninguna vida vale más que otra."

Este planteo ignora realidades fundamentales y resulta profundamente regresivo por varias razones:

1. La falsa premisa de la igualdad ante la ley. La justificación basada en la igualdad de género oculta una realidad innegable: existe una desproporción clara en los homicidios en función del género. En el caso de los femicidios íntimos, el 90% de las víctimas son mujeres asesinadas por varones. No se trata de otorgar más valor a una vida sobre otra, sino de reconocer que las mujeres enfrentan un riesgo estructural de ser asesinadas por razones de género.

2. Borrar la especificidad del crimen implica eliminar registros y reducir la visibilidad de la violencia de género. La eliminación de la figura de femicidio no solo despoja al crimen de su contexto y motivaciones específicas, sino que además tiene consecuencias concretas en la recopilación de datos administrativos, la formulación de políticas públicas y la posibilidad de investigar y abordar la violencia de género desde una perspectiva académica y social.

3. Un argumento ideológico que ignora la función del derecho en contextos de desigualdad.

Desde una perspectiva liberal mal entendida, se asume que cualquier normativa que busque visibilizar desigualdades estructurales es discriminatoria. Sin embargo, las leyes que tipifican el femicidio no crean diferencias arbitrarias, sino que reconocen una forma específica de violencia que afecta de manera sistemática a las mujeres. Invisibilizarla bajo la falsa premisa de la "neutralidad legal" equivale a perpetuar la impunidad y la injusticia.

Desde RIAF reafirmamos nuestro compromiso con la lucha contra la violencia de género y exigimos que el Estado argentino garantice el derecho de las mujeres a una vida libre de violencia, en lugar de retroceder en la protección legal de sus derechos.

ENGLISH

RIAF Condemns the Attempt to Remove the Crime of Femicide from the Argentine Penal Code

The Inter-American Anti-Femicide Network (RIAF) strongly condemns the intentions of the President of the Argentine Republic, Javier Milei, to eliminate femicide as a criminal classification from the Penal

Code, based on the argument that:

"We are going to eliminate the classification of femicide from the Argentine Penal Code. Because this administration upholds the equality before the law enshrined in our National Constitution. No life is worth more than another."

This stance ignores fundamental realities and is deeply regressive for several reasons:

● The false premise of equality before the law. The justification based on gender equality obscures an undeniable reality: there is a clear gender disparity in homicides. In cases of intimate femicide, 90% of the victims are women murdered by men. This is not about valuing one life over another but about recognizing that women face a structural risk of being murdered because of their gender.

● Erasing the specificity of the crime reduces visibility and data collection on gender-based violence. Eliminating the classification of femicide not only strips the crime of its specific context and motivations but also has concrete consequences for administrative data collection, public policy development, and the ability to study and address gender-based violence from academic and social perspectives.

● An ideological argument that disregards the role of law in contexts of inequality. A misguided liberal perspective assumes that any legal framework highlighting structural inequalities is discriminatory. However, laws defining femicide do not create arbitrary differences; they recognize a specific form of violence that systematically affects women.

Concealing this reality under the false premise of "legal neutrality" perpetuates impunity and injustice.

RIAF reaffirms its commitment to the fight against gender-based violence and demands that the Argentine State guarantee women's right to live free from violence rather than rolling back their legal protections.

PORTUGUESE

RIAF Repudia a Tentativa de Eliminar o Crime de Feminicídio do Código Penal Argentino

A Rede Interamericana Antifeminicídio (RIAF) expressa seu absoluto repúdio às intenções do presidente da República Argentina, Javier Milei, de eliminar a tipificação do feminicídio do Código Penal, com o argumento de que:

"Vamos eliminar a tipificação do feminicídio do Código Penal Argentino. Porque esta administração defende a igualdade perante a lei, consagrada em nossa Constituição Nacional. Nenhuma vida vale mais do que outra."

Essa proposta ignora realidades fundamentais e é profundamente regressiva por várias razões:

● A falsa premissa da igualdade perante a lei. A justificativa baseada na igualdade de gênero oculta uma realidade inegável: há uma clara disparidade de gênero nos homicídios. No caso dos feminicídios íntimos, 90% das vítimas são mulheres assassinadas por homens. Não se trata de atribuir mais valor a uma vida do que a outra, mas de reconhecer que as mulheres enfrentam um risco estrutural de serem assassinadas por razões de gênero.

● Apagar a especificidade do crime reduz sua visibilidade e compromete a coleta de dados sobre violência de gênero. A eliminação da tipificação do feminicídio não apenas desconsidera o contexto e as motivações específicas do crime, mas também tem consequências concretas na coleta de dados administrativos, na formulação de políticas públicas e na possibilidade de investigar e abordar a violência de gênero sob perspectivas acadêmicas e sociais.

● Um argumento ideológico que ignora o papel do direito em contextos de desigualdade. A partir de uma perspectiva liberal mal compreendida, assume-se que qualquer norma que busque evidenciar desigualdades estruturais é discriminatória. No entanto, as leis que tipificam o feminicídio não criam distinções arbitrárias; elas reconhecem uma forma específica de violência que afeta sistematicamente as mulheres. Invisibilizá-la sob a falsa premissa da "neutralidade legal" equivale a perpetuar a impunidade e a injustiça.

A RIAF reafirma seu compromisso com a luta contra a violência de gênero e exige que o Estado argentino garanta o direito das mulheres a uma vida livre de violência, em vez de retroceder na proteção legal de seus direitos.

Next
Next

Reunión Abierta de la RIAF